Dívida líquida da empresa cresceu 34%
A receita cresceu 5%, para US$ 1,9 bilhão, impulsionada por ganhos de participação de mercado e aumento no volume de vendas, apesar da queda nos preços dos insumos. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 64,5%, a US$ 53,3 milhões.
A dívida líquida era de US$ 207,5 milhões — ou R$ 1,1 bilhão, um aumento de 34% em um ano. Com isso, a alavancagem (relação entre Ebitda e dívida líquida) em reais saltou de 1,1 vez no fim do exercício de 2023 para 4,2 vezes no encerramento de 2024.
Desafio
Para o executivo, o maior desafio do mercado é a baixa liquidez do produtor, que está menos crédito e a um custo mais elevado, mas ele acredita que a situação é temporária. “Parte da baixa liquidez se explica por uma precaução maior dos agentes financeiros, normal depois de um ano difícil de margens e produtividade.
Segundo o CEO, há um alongamento de contas a receber “em uma proporção muito maior do que a gente teve no ano passado”, disse. Ele não deu detalhou a taxa de inadimplência da empresa, mas disse que o atraso para receber está em torno de dois a três meses.
Relação com credores
O mercado observa o setor de insumos com precaução após a concorrente Agrogalaxy pedir recuperação judicial, e há receios de que a Lavoro também precise buscar proteção contra credores em um futuro próximo.
Cunha, no entanto, disse que os resultados do trimestre devem tranquilizar o mercado. “Estamos bastante seguros em relação à solidez da empresa e discussões de recuperação judicial não são temas da nossa pauta”. Ele afirmou que a companhia conversa com investidores há bastante tempo, e que a busca por atração de capital não é “de última hora”.
Perspectivas
O CEO disse esperar uma certa estabilidade dos preços e uma potencial recuperação das margens. Além disso, afirmou que o nível dos estoques melhorou, de R$ 1,8 bilhão no quarto trimestre de 2023 para R$ 1,7 bilhão em 2024.
Para 2025, a Lavoro espera que seja um ano de crescimento de Ebitda “puxado, principalmente, por uma recuperação de margens”. Sua expectativa não é de que será um ano de forte crescimento de receita. “É um ano em que a gente deve focar mais em rentabilidade e na eficiência operacional do que em crescimento.”
O executivo antecipou que o saldo de lojas deve diminuir, já que Lavoro deve fechar mais pontos de vendas do que abrir novos. Segundo ele, em algumas localidades, uma unidade pode ser suficiente para atender a sua região, o que deve levar a novos fechamentos e “focar em regiões onde podemos otimizar”. Ele afirmou que ela está em fase de discussão.
(Colaborou Isadora Camargo)