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quarta-feira, dezembro 11, 2024
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Lavoro teve prejuízo de US$ 154,6 milhões no ano fiscal de 2024

A distribuidora de insumos agropecuários Lavoro fechou o ano fiscal de 2024, encerrado em 30 de junho, com um prejuízo líquido de US$ 154,6 milhões — no ano anterior, a empresa teve prejuízo de US$ 43,6 milhões. O resultado de 2024 refletiu a queda dos preços dos insumos, que afetou as margens, e o aumento nos custos financeiros e de impostos.
“É compreensível o que aconteceu no ponto de vista da margem, dada a forte queda nos preços dos insumos, que levou a uma deterioração das margens e do preço de ponta”, além de um alto custo dos produtos em estoque, afirmou Ruy Cunha, CEO da companhia.

A receita cresceu 5%, para US$ 1,9 bilhão, impulsionada por ganhos de participação de mercado e aumento no volume de vendas, apesar da queda nos preços dos insumos. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 64,5%, a US$ 53,3 milhões.

A dívida líquida era de US$ 207,5 milhões — ou R$ 1,1 bilhão, um aumento de 34% em um ano. Com isso, a alavancagem (relação entre Ebitda e dívida líquida) em reais saltou de 1,1 vez no fim do exercício de 2023 para 4,2 vezes no encerramento de 2024.

Desafio

Para o executivo, o maior desafio do mercado é a baixa liquidez do produtor, que está menos crédito e a um custo mais elevado, mas ele acredita que a situação é temporária. “Parte da baixa liquidez se explica por uma precaução maior dos agentes financeiros, normal depois de um ano difícil de margens e produtividade.

Segundo o CEO, há um alongamento de contas a receber “em uma proporção muito maior do que a gente teve no ano passado”, disse. Ele não deu detalhou a taxa de inadimplência da empresa, mas disse que o atraso para receber está em torno de dois a três meses.

Relação com credores

O mercado observa o setor de insumos com precaução após a concorrente Agrogalaxy pedir recuperação judicial, e há receios de que a Lavoro também precise buscar proteção contra credores em um futuro próximo.

Cunha, no entanto, disse que os resultados do trimestre devem tranquilizar o mercado. “Estamos bastante seguros em relação à solidez da empresa e discussões de recuperação judicial não são temas da nossa pauta”. Ele afirmou que a companhia conversa com investidores há bastante tempo, e que a busca por atração de capital não é “de última hora”.

Perspectivas

O CEO disse esperar uma certa estabilidade dos preços e uma potencial recuperação das margens. Além disso, afirmou que o nível dos estoques melhorou, de R$ 1,8 bilhão no quarto trimestre de 2023 para R$ 1,7 bilhão em 2024.

Para 2025, a Lavoro espera que seja um ano de crescimento de Ebitda “puxado, principalmente, por uma recuperação de margens”. Sua expectativa não é de que será um ano de forte crescimento de receita. “É um ano em que a gente deve focar mais em rentabilidade e na eficiência operacional do que em crescimento.”

O executivo antecipou que o saldo de lojas deve diminuir, já que Lavoro deve fechar mais pontos de vendas do que abrir novos. Segundo ele, em algumas localidades, uma unidade pode ser suficiente para atender a sua região, o que deve levar a novos fechamentos e “focar em regiões onde podemos otimizar”. Ele afirmou que ela está em fase de discussão.

(Colaborou Isadora Camargo)

Por Gabriella Weiss  — Globo Rural

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