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quinta-feira, abril 17, 2025
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Fiagros em perigo: Grupo Safras se junta ao time da recuperação judicial

Após um ano para ser esquecido, os fundos do agronegócio parecem viver uma espécie de “déjà-vu” neste início de 2025. Faz pouco tempo, duas grandes empresas do setor, AgroGalaxy e Grupo Portal Agro, precisaram recorrer à recuperação judicial para lidar com dívidas milionárias. Agora, o protagonista da vez é o Grupo Safras, que desde o ano passado enfrenta uma crise financeira na casa dos bilhões.

Conforme apurou o site The AgriBiz, a empresa do ex-prefeito de Sorriso (MT), Dilceu Rossato, se prepara para pedir recuperação judicial para tentar renegociar R$ 2 bilhões em dívidas.

E a situação já respinga em alguns Fiagros do mercado de capitais.

Isso porque o Grupo Safras comprou, em 2023, as operações da Copagri, cooperativa de produção agropecuária, agroindustrialização e comércio do Paraná. Quando assumiu o controle da companhia, passou a deter um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) de R$ 150 milhões.

Esse CRA está presente na carteira de ao menos dois fundos do agronegócio, o Itaú Asset Rural Fiagro Imobiliário (RURA11), gerido pelo Itaú Asset, e o Vectis Datagro Crédito Agronegócio Fiagro (VCRA11), da gestora Vectis.

Do total do patrimônio líquido (PL) de ambos os fundos, cerca de 3,18% do PL do VCRA11 está investido no CRA da Copagri, enquanto 0,7% do PL do RURA11 está exposto ao título de dívida da cooperativa.

Até então, segundo o The AgriBiz, o Grupo Safras estava adimplente com o CRA, mas eventuais atrasos no pagamento podem acontecer após o pedido de recuperação judicial.

Os CRAs, vale lembrar, nada mais são do que títulos de renda fixa do setor agrícola vinculados, em sua maioria, aos produtores rurais, às cooperativas e a terceiros, com o objetivo de captar recursos para financiar a produção, comercialização e industrialização de produtos, insumos e máquinas no campo.

Resquícios de 2024

No segundo semestre do ano passado, a crise financeira do AgroGalaxy e do Grupo Portal Agro acendeu uma luz amarela no mercado de Fiagros e impactou mais de 300 mil investidores de fundos que têm em suas carteiras CRAs emitidos por essas empresas.

Além de questões pontuais das próprias companhias, o setor como um todo sofreu com a queda dos preços das commodities agrícolas, em especial os das mais negociadas no Brasil, como a soja e o milho. Esse cenário provocou uma compressão generalizada das margens ao redor de toda a cadeia do agronegócio.

Somado ao ambiente ruim de preços, as adversidades climáticas foram um problema a mais que acertaram em cheio as estimativas de safra e de colheita, que até então tinham previsão de recorde.

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