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sábado, novembro 9, 2024
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Município do Interior de MT decretam Emergência por Estiagem

O governo do Estado de Mato Grosso homologou, nesta segunda-feira (07), a situação de emergência nos municípios de Água Boa, a 631 km de Cuiabá, e Colniza, a 1.054 km da capital. Ambas as cidades foram severamente afetadas pela estiagem, comprometendo as atividades agrícolas e ameaçando o sustento das comunidades locais. O decreto, que tem validade de 180 dias, permitirá que as regiões adotem medidas emergenciais para conter os danos e facilitar o acesso a recursos e apoio para mitigar os impactos da seca.

Embora algumas chuvas isoladas tenham sido registradas nas últimas semanas, o volume é insuficiente para compensar os prejuízos causados pela prolongada estiagem. As áreas afetadas, predominantemente agrícolas, enfrentam uma queda significativa na produção, o que pode afetar negativamente o PIB do Estado, considerando que Mato Grosso é um dos maiores produtores de grãos e carne do Brasil.

Impacto na Produção Agrícola

A estiagem em Água Boa e Colniza coloca em risco culturas importantes como soja, milho e algodão, que são as bases econômicas dessas regiões. Com a falta de chuvas, a produção agrícola sofre perdas expressivas, afetando a produtividade e a renda dos produtores. Além disso, a pecuária também sente os efeitos da seca, com a diminuição da qualidade das pastagens e o aumento do custo para manter o rebanho.

A situação é alarmante, especialmente em um estado como Mato Grosso, responsável por grande parte das exportações agrícolas brasileiras. Se o cenário de seca persistir, os impactos poderão reverberar na economia nacional, já que a menor oferta de grãos e carne pode pressionar os preços, reduzir as exportações e impactar diretamente o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

Risco para a Economia

Mato Grosso é conhecido por seu papel preponderante no agronegócio brasileiro, respondendo por uma grande fatia da produção de soja, milho e carne bovina do país. A diminuição na produtividade agrícola, provocada pela estiagem, coloca em risco o crescimento econômico do estado. Estimativas preliminares indicam que o impacto das perdas na safra pode reduzir a arrecadação estadual e dificultar o crescimento projetado para 2024.

O ex-Diretor de Gestão de Risco do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Jonatas Pulquério, destaca a importância de os produtores adotarem estratégias de mitigação de risco para proteger seus empreendimentos.

Jônatas Pulquério

“O produtor precisa estar atento a esses eventos climáticos, que têm se tornado cada vez mais frequentes. É essencial utilizar ferramentas de mitigação, como o Seguro Rural, o manejo adequado e o investimento em tecnologia no campo. Essas ações são fundamentais para minimizar as perdas e garantir a sustentabilidade da produção.”

Medidas de Mitigação e Tecnologia no Campo

O Seguro Rural, mencionado por Pulquério, é uma das principais ferramentas que os produtores têm para se proteger contra as variações climáticas, como a seca. No entanto, é preciso que haja maior conscientização e adesão ao programa, especialmente em regiões vulneráveis a eventos extremos.

Além disso, a adoção de tecnologias agrícolas, como o uso de sistemas de irrigação mais eficientes e o monitoramento climático por satélites, pode auxiliar os produtores a lidar melhor com a escassez de chuvas. Manejos sustentáveis, como a rotação de culturas e a conservação do solo, também são práticas que ajudam a manter a produtividade em períodos de estiagem.

Com o estado de emergência decretado, Água Boa e Colniza poderão acessar recursos de forma mais ágil para auxiliar os produtores afetados, tanto por meio de subsídios quanto por linhas de crédito específicas para recuperação. Contudo, a longo prazo, o foco deve estar na construção de uma agricultura mais resiliente, capaz de enfrentar as adversidades climáticas sem colocar em risco a economia local e o abastecimento nacional.

Da Redação

 

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