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quarta-feira, dezembro 11, 2024
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Brasil Inova com o Primeiro Projeto de Tokenização de Créditos de Carbono para Remunerar Reservas Rurais

Token permite remunerar o carbono já estocado nas reservas das propriedades rurais com base na safra anual comercializada

Créditos de carbono de reservas de propriedades rurais, com lastro em títulos rurais sustentáveis, ganharam agora uma versão tokenizada para negociação em plataforma de ativos digitais. Trata-se do token CLCC, que tem lastro em CPRs (Cédulas de Produto Rural) Verde da Soma Sustentabilidade, que faz inventários ambientais, gestão de  ativos sustentáveis e programas ESG (ambiental, social e governança) para empresas.

O token permite remunerar o carbono já estocado nas reservas das propriedades rurais com base na safra anual comercializada, que antecede o lançamento do título verde, sem o risco de intercorrências futuras e mesmo de “greenwashing”. Segundo a Soma, esse é o primeiro projeto no mundo de tokenização de créditos de carbono já performados.

Os tokens serão negociados pela plataforma cripto CoinLivre, que funciona como um market place de ativos digitais e que cuida da listagem e distribuição a diferentes públicos de investidores.

Para chegar ao ativo digital, a Soma desenvolveu uma tecnologia que mensura o carbono equivalente de áreas preservadas, certificadas por uma das “big four” de auditoria e consultoria. Além do carbono, também registra outros 27 produtos e serviços ambientais.

O token permite a obtenção de selo verde com a comprovação de compensação de emissões de gases do efeito estufa e certificação de produto livre de desmatamento, além de qualificação para acesso a benefícios fiscais de incentivo à preservação ambiental e mitigação das mudanças climáticas.

O primeiro lote de tokens representa um estoque de R$ 8 milhões de CPR Verde da Soma. Ao todo, a Soma tem R$ 90 milhões que poderão ser eventualmente tokenizados.

Segundo Fábio Matos, CEO da CoinLivre, esse token chega para resolver uma dor do mercado de certificação, controle da originação e de uso do crédito de carbono com o uso de tecnologia blockchain, que garante segurança e rastreabilidade nas transações.

“Essa é uma tecnologia auditável, segura e onde se pode registrar contratos inteligentes com todas as características das negociações, prevendo os direitos e deveres das partes”, disse Matos.

Para Fernando Palau, diretor da Soma Sustentabilidade, a tokenização do carbono performado traz credibilidade para um mercado prejudicado por ilusões e promessas, em que muitas vezes a rotulação verde foi questionada pelo oportunismo de alguns participantes e pela falta de informação no segmento.

“A CoinLivre conheceu as nossas dores e entendeu a nossa metodologia e performance. Vamos potencializar o mercado com todos os benefícios: selo verde, reduções fiscais e tributárias de âmbito federal, estadual e municipal, dentre outros”, disse Palau.

A Soma Sustentabilidade teve papel ativo na formulação da CPR Verde, instituída por meio de decreto-lei em 2021. A CPR Verde representa ativos de conservação ambiental que inventariam 27 serviços ecossistêmicos produzidos pela natureza durante uma safra anual, sendo um destes serviços o estoque de carbono.

O marketplace de ativos tokenizados da CoinLivre prevê negociar R$ 100 milhões em tokens que representam ativos reais por meio da tecnologia blockchain. Os tokens são lastreados em ativos como crédito de carbono, gestão de resíduos orgânicos, carros por assinatura, e-sports, aluguel de geradores de energia limpa, entre outros.

Os originadores dos tokens são as próprias empresas fornecedoras dos produtos e serviços alvos da tokenização, que se utilizam da infraestrutura de blockchain da CoinLivre, na blockchain da Polygon, para desenvolvimento de contratos inteligentes e da digitalização dos ativos que seguem para negociação.

A CoinLivre dá também suporte na estruturação jurídica dos projetos, estruturação tecnológica e análise da viabilidade econômica, com validação técnica de “legal opinion” e de auditorias externas. O acesso aos tokens se dá por meio de uma stablecoin própria chamada CNTL, que representa os depósitos dos usuários, cobrado na entrada e retirada de recursos da carteira digital. Não existe taxa para operação internas das carteiras.

A tecnologia, que já é compatível com o real tokenizado e outras moedas digitais, é conectada por meio de API com fintechs, bancos e corretoras para liquidação instantânea das transações, o que mitiga os riscos de contraparte.

O marketplace faz parte do grupo industrial GDN, uma holding com dezenas de empresas do interior de São Paulo nos setores de defesa, cerâmica, energia, patentes etc.

Fonte: Valor Econômico

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